Dia 279 – Paris

29 set

Deus ajuda quem cedo madruga

E ajuda quem acorda cedo, vai prá escola, espera, conversa com a secretária, espera, conversa com a coordenadora, espera, conversa com a diretora, espera, explica de uma em uma minha situação, espera dar o fuso horário prá tentar algum contato com a agência (como se eu já não tivesse tentados no último mês…) e nada! A escola é ótima, organizada, estrutura, mas não faz filantropia e tive que reembolsar novamente o pagamento do curso e da acomodação. A Poliana que mora em mim e enxerga sempre o lado bom de tudo, aprovou a acomodação com ótima localização, Hotel de Ville! Me mudo amanhã!!!

Dis-moi qui tu es

Diz com quem andas e direi se vou junto! Já fiz amizade que a Bianca e a Camila, brasileiras na minha classe e mais um bando de asiáticas ralando prá aprender francês e antes que eu me esqueça, uma senhora de Taiwan, que arrotou e peidou, sim, tudo com barulho e em plena sala de aula, e detalhe… sentada ao meu lado! Natural pra ela, prá nós foi uma troca de olhares arregalados e boca trancada pra não rir nem chorar.

Les nombres

Mais um falso amigo em francês: nombre em espanhol é fácil prá nós: nome! Simples essa né? A confusão é que nombres em francês quer dizer… números! Prá quê simplificar né? Les nombres em français sont: zéro, um, deux, trois, quatre, cinq, six, sept, huit, neuf, dix…

Ménage à trois

Falando em números em francês, vamos a uma expressão tão usada e quase incorporada a língua portuguesa: ménage à trois. Trois já sabemos que é três e ménage significa mistura, antes denominava uma casa habitada por três pessoas ao invés de um casal (e detalhe: sem sacanagem).

Ainda sem fotos.

Dia 278 – Paris

29 set

Oh La La

Domingao… desembarquei em Paris e o normal seria já ir pro meu lar do próximo mês, me instalar, jantar num bistrô, tomar um champagne, comer um croissant, me organizar pra ir à aula, descobrir e rever muitos dos 1000 lugares para se conhecer antes de morrer como: Arco do Triunfo, Basilica de Sacre-Coeur, Centro Georges Pompidou, Torre Eiffel, Hotel dês Invalides, Tumulo de Napoleao, Louvre, Museu de Cluny, Museu D’Orsay, Museu Picasso, Passeio de Bateau Mouche no Sena, Jardim das Tulherias, Le Lapin, Marché aux Puces, Museu Marmottan Monet, Ópera Garnier, Place dês Vosges, Ste Chapelle, Angelina, Notre Dame, Versailles… Mas… foi dia de dizer o pqp em Frances, oh la La, me irritar, me tranquilizar e pensar que amanha vai ser um novo dia. Tentaram acabar com meu sonho??? Eu compro pão doce! Tô em Paris!!! Onde estão as melhores pâtisseries!!!

Há males que vem prá pior

Por causa da (in)competência da agência tive que puxar mala prá um albergue, mais um pra lista dos piores. Nota 100: sem internet, sem café, sem toalha, sem lençol, sem banheiro no quarto! Prá ir tomar banho foi preciso sair com a calcinha enrolada no meio da toalha, cuidando pra não cair no meio da área de convivência, voltar com o xampu pingando e com a barra da calça já encharcada pois não há uma área digna e seca! Como não adianta ficar chorando pelo leite derramado e pensando em palavras relacionadas a banheiro pra extravasar vou dar uma relaxada, escrever sobre o tema e esquecer por hoje aquela m%*&a de agência!

Poser ses fesses

Fesses é um falso amigo em francês, parece, mas não é! Fesse, no singular, é nádega, uma banda da bunda, fesses é o conjunto completo. Poser ses fesses é, ao pé da letra, sentar, então… Senta que lá vem historia, e pode até ser no banheiro, me acompanhando, qualquer lugar é lugar!

Pode ter gente que vai fazer cara de nojo com este parágrafo, mas verdade seja dita, uma hora ou outra bate o aperto e tudo o que mais desejamos são uns minutos no cubículo privativo, e em viagens, é preciso estar preparado prá tudo. Quando era jovenzinha não costumava ir a banheiros durante viagens, (to falando do número 2, se é que me entendem), o tal do intestino tímido, se fosse viagem com o namorado pior ainda… Mas numa viagem de 360 dias não tive escolha, joguei a timidez pela privada e já contei em outros posts de alguns sufocos pela Europa: o quanto me custou um ultimo xixi em solo sueco, quando todas as cabines eram pagas e eu já não tinha uma moedinha de coroa sueca e tive que correr atrás de uma com as pernas travadas pela estação, como foi desastrosa minha experiência usando um coninho adaptado próprio prá mulheres na Itália e que não aprovei quando senti tudo escorrendo pelas pernas, do banho de bidê na Itália também, o malabarismo no barzinho em Barcelona, quando molhei todo o shortinho e fiquei de calcinha no banheiro tentando secá-lo no secador de mãos, fazendo agachadinha como naqueles banheiros antigos que lembram uma fossa, e ainda escutar dos franceses que é a maneira mais natural de fazer xixi, agachadinha como se tivesse dançando funk, do dia que dormi numa cabine de trem sozinha, não confiei em deixar a cabine sozinha prá ir ao banheiro do vagão e fiz ali mesmo, na pia, dos banheiros comunitários em tantos lugares, do chuveiro ultra quente que quase tirou minha pele em Atenas, dos banheiros sem ralos na Irlanda, do banho que tomei no banheiro masculino na Noruega…

Tem hora que chegou a dar inveja do aparato masculino, tão prático, mas em muitas cidades européias nem o tão desejado pênis, resolveria o problema, pois já li sobre multa de 400 euros pros atrevidinhos que se aliviarem em espaço público. Prá prevenir vale sempre ter um lencinhos de papel na bolsa, lenços umidecidos, “alquinho” em gel e uma amostra grátis de perfume, mesmo o com pior cheiro será melhor daquele que você pode encontrar. Prá quem conseguir segurar até o WC mais próximo, vale procurar os melhores, geralmente estão nos lobbies de hotéis, restaurantes, museus ou qualquer bar de esquina, depende do tamanho do aperto e da bexiga.

Vi por aí muitos banheiros hi-techs também, com descarga com timer, sensor, troca de plástico no assento, cheirinho de flores de campo e por aí vai…. Apesar das modernidades o que mais me encanta nos banheiros da maioria das cidades européias é não ter o lixinho prá papel, acho o sinal de evolução de todos os tempos, porque acho o mais deprimente e humilhante dos serviços domésticos a retirada do lixinho do banheiro.

Bom, pensando que estou em Paris, o assunto podia ser mais glamouroso, mas pelo menos me aliviei enquanto escrevia, amanha quem sabe conto melhores noticias daquela bo$@a de agência!

Sem fotos.

Dia 277 – Bournemouth

28 set

English Breakfast

Embora café da manha em inglês tenha a palavra fast, eu preferi tomar o meu bem devagar, saboreando cada um dos gordurosos ingredientes, já sabia que seria um dia difícil e precisaria muita energia prá resolver, ou tentar, da melhor maneira possível a continuação da viagem: me enchi de bacon, feijao, ovos, salsicha, tomate frito, lingüiça, cogumelos e…. afeee… suco de laranja, de caixinha, nada como o nosso espremido na hora, mas também já tive muitos meses prá me acostumar e não choramingar de saudade.

Entrando numa área de turbulência…

Como tudo na vida, nem tudo numa viagem é um céu de brigadeiro, os problemas muitas vezes embarcam conosco, eu tento ser resistente e organizada pra me antecipar aos ocorridos no meio do caminho, porque acho que uma coisa não combina com a outra. Acho o “ó” quando se contrata um pacote, se escolhe um hotel e chegando lá descobre que a cama é ruim, que o pacote não era bem aquele que foi apresentado pela mocinha de uniforme da agência, que justamente naquele dia a tábua das mares mudou e te impede de fazer o tão sonhado e planejado passeio de barco, que o vulcão lááá na Islândia resolveu entrar em erupção na semana que antecede seu vôo pra Europa, que enquanto você espera sua companhia na cabine de trem, o trem parte, que o pneu do bugue furou no caminho das dunas, que quase foi deportada na Irlanda, que perdeu cartão de crédito na Alemanha, perdeu trem na Áustria, o nome do albergue mudou na Suíça e por pouco não foi necessário dormir ao relento frio dos Alpes, que você bateu um carro em pleno Caribe, que caiu na piscina na hora do jantar, que sua companhia da viagem prá uma micareta planejada há meses fica doente na véspera, que você se desentende da melhor amiga em pleno bloco de carnaval…

Há imprevistos que vem pra dar mais emoção ao passeio e sim, tudo isso já aconteceu comigo e me fez ter mais história pra contar no blog e assunto de mesa de bar e há aqueles que nos tiram do sério, nos tiram do eixo, nos fazem encarar nossa vulnerabilidade e me lembram que sim, sou frágil, não tenho total domínio sobre meu próprio plano de vôo e muito menos do meu corpo e mente, e assim logo as dores de cabeça em todos os sentidos, substituem alguns dias de fotos, de tranqüilidade e paz.

VOCÊ ENGANADO PELO MUNDO

Relutei em ter um problema no meio do meu diário de bordo com tantas coisas legais. Fui contornando os mal entendidos que tive com a agência de intercambio Você Pelo Mundo e embora o próximo parágrafo vá render muitas linhas, tudo é só um resumo dos danos materiais e morais que tive durante a viagem, isso tudo somado a muito sentimento de raiva, desespero, incerteza num país diferente, longe do conforto do seu lar e longe de pessoas que podiam te apoiar e tranqüilizar.

Cada um já teve um sonho na vida, os que realizaram, sabe o quanto é necessário investir, planejar, se programar para transformá-lo em realidade. No meu caso, foram meses de planejamento para doze meses de viagem, vinte e oito países, estudos em quatro países e inúmeros problemas. Nem melhor nem pior que ninguém, a raiva e a frustração é a mesma seja qual for o sonho.

Pra quem tá chegando agora, em janeiro de 2010 decidi tirar um ano Sabático e escolhi a agencia VOCE PELO MUNDO que oferecia cursos nas cidades escolhidas: Barcelona, Dublin, Paris e Roma. Programei-me muito prá isso, financeira, familiar e psicologicamente. Estava tratando todos os detalhes uma atendente da agência e de repente fui informada que a mesma não trabalhava mais na agencia. Recomecei todo o processo.

Em Dublin foram sugeridas 3 opções de escola, escolhi pela The English Academy, 25 semanas de curso + 8 semanas de acomodação. Nas demais cidades fechei 4 semanas de curso + 4 semanas de acomodação.

Em Barcelona pedi por uma residência estudantil e fui direcionada para uma casa de família, o endereço foi enviado errado e recebi duas vezes emails com datas erradas, sempre fui relevando e entendendo que meu caso era fora dos padrões de um intercambista.

Precisei alterar a data dos cursos duas vezes, inclusive por morte familiar. A agência providenciou minhas mudanças mas entendeu como um favor que estava me prestando.

Pedi a antecipação do meu curso em Dublin. Paralelamente uma amiga, anonimamente, consultou a agencia se poderia contratar o mesmo curso lá com apenas 13 dias de antecedência do embarque e a resposta foi positiva.

Diante da minha mudança aceitei as condições de ter sido mudada de escola e ser matriculada na Leinster College e não na The English Academy, que eu havia escolhido e aceitei o fato de me hospedar num hostel ao invés de residência estudantil. Porém foi omitido o fato que a escola era muito inferior a que eu tinha escolhido e que o quarto no hostel seria compartilhado com mais sete pessoas. Pedi a transferência de escola mas foi alegado que a mesma já não tinha relação com a agencia por problemas anteriores a minha chegada.

Sobre a acomodação, fiquei uma semana, mas a situação de viver em um hostel foi ficando insustentável, foi acertado que eu sairia do hostel com a devolução de uma semana que já estava paga pela escola e que as demais 6 semanas seriam devolvidas pra mim pra que eu me mudasse para um apartamento. Também ficou definido que a agencia me devolvia a diferença do valor da escola. Vários motivos foram justificados, cada vez com uma razão diferente e sem sucesso numa troca de email e telefonemas por mais de dois meses.

Mas o pior estava por vir. Chegando à Irlanda fui informada por nada mais, nada menos, pela a Polícia Federal que a carta que a agencia tinha me enviado estava em péssimas condições de configuração e não seria aceita. Chegaram a ligar na escola avisando que eu estava sendo rejeitada no país e estavam vendo vôos pra me deportar. A agencia mais uma vez alegou que a carta estava nessas condições devido a minha mudança de roteiro apenas com 13 dias de antecedência, num dos emails escreveu: “mas não se emite carta em 1 semana ou faz reserva em 4 dias, e eu sabia que você tinha urgência em ir para a Irlanda por conta do seu visto e situação ilegal no pais” (eu pedi com 13 dias e nunca fiquei ilegal em nenhum país)

Antes de sair de São Paulo, fiz testes nos idiomas que eu já tinha conhecimento. Em Barcelona, meu teste não foi localizado, na segunda-feira, dia do inicio de vários estudantes, a escola estava bem tumultuada, tive apenas uma rápida entrevista oral e fui designada a uma turma de nível intermediário. Duas semanas depois, dois professores junto com o coordenador me avisaram que eu seria transferida para o nível avançado, considero que nessas semanas minha evolução foi mínima.

Na chegada em Dublin, uma situação parecida, já tinha feito os testes, antes de sair de São Paulo, como fui mudada de escola refiz na Leinster College, o próprio professor falou que eu deveria estar num nível avançado, mas na escola não havia turma disponível. Mais uma vez fui frustada e desmotivada a freqüentar uma classe que não tinha muito de aprendizado e desafios a me oferecer.

Fui relevando diante de tudo relatado até então. Resolvi antecipar o término do meu curso em Dublin, meu aprendizado estava muito reduzido e não compensava eu arcar com mais um mês de aluguel, energia, internet, alimentação e outras despesas apenas pra ter aula com péssima qualidade. Com quase dois meses de antecedência comuniquei a agencia do meu encerramento em Dublin e marquei as datas dos cursos em Paris e Roma. A agencia me deu ok, num dos emails falou que estava apenas aguardando a confirmação do curso de italiano, pediu que eu enviasse minhas passagens aéreas para os destinos, embora eu tenha enviado as passagens imediatamente, aguardei durante dois meses pela resposta da agencia, sem sucesso.

Intensifiquei o contato com a agencia por telefone também sem sucesso. Dos sete números de contato que tenho nenhum atende, o mesmo com msn, skype e emails.

Hoje, véspera do meu embarque para Paris busquei o contato direto da escola France Langue e na troca de emails descobri que não havia minha reserva nem para o curso nem para acomodação e a agencia também não havia quitado nado com a escola, acertei de ir a escola para negociar um novo pacote de estudos e acomodação. E para não precisar dormir aos pés da Torre Eiffel reservei um hostel por dois dias até que eu consiga boas novas. É muito… mas não é o fim 😦

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122826&sc=photos

Dia 276 – Corfe Castle & Durdle Door

28 set

Slow traveler

Sou agitada por natureza, e depois que descobri o termo hiperativo para os adolescentes, me  incluí na categoria de garota ritalina. Hoje, dois dias mais velha, quem sabe um pouco mais sábia ou menos adolescente, acordei em Bournemouth prá curtir um dia em baixa rotação. E quando se faz isso na companhia de amigos, a gente tem mais é vontade de ir apertando o pause e ir vivendo a cena várias e várias vezes, que tudo aconteça muito devagar prá gente se lembrar de cada detalhe, cada cor, cada cheiro, cada palavra, cada gosto, cada sorriso e cada lágrima.

Já aprendi a me virar em Bournemouth, mas confesso que não é mérito meu, a cidade é pequena e muito fácil de se locomover. Encontrei o Nailton no centro, tomamos um café num pub (com brasileiro de garçom), pegamos um táxi (com brasileiro de motorista) e fomos para o restaurante que o Na trabalha, mais um drink, um lindo visual e todo mundo me pedindo pra não ir embora daqui já que trouxe o sol atípico nessa época do ano. Continuando o passeio, encontramos outro amigo do Na (não, dessa vez é inglês e não brazuca) e fomos até a casa dele, praticamente na base das ruínas de Corfe Castle, um lanchinho por lá acompanhado de cidra caseira e muitas histórias e fomos tomar uma ou varias pints de cerveja inglesa avistando o castelo, ou o que sobrou dele.

Pra fechar o dia com chave de ouro, fomos até Durdle Door, um arco natural na Costa Jurássica do sul da Inglaterra (isso mesmo, Jurassic Coast, não é efeito da cerveja). É um dos visuais mais fotografados ao longo da costa e com razão. Durdle deriva da palavra thirl do inglês antigo que significa furo. É possível fazer uma trilha de lá até uma caverna, o visual deve ser de tirar o fôlego, até porque você vai beirando o abismo de falésias, mas preferimos tomar mais umas cervejinhas da mochila, sim quente mesmo, afinal estamos em terras frias, eu já tive 6 meses pra me acostumar com isso e o Na, 6 anos. Cenas do filme “Far from the madding crowd” e “Wilde” foram filmadas na porta.

   

Nós revivemos um filme das nossas vidas, das baladas, viagens e mergulhos, de pessoas que estiveram entre nós, do meu irmão, que entre tantas coisas boas, foi quem me apresentou o Na, tudo isso ao som de Pink Floyd e um por do sol a nossos pés. Apertando o pause que quero reviver esse dia mais uma vez!

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122787&sc=photos

Dia 275 – Salisbury & Stonehenge

27 set

  

O objetivo era chegar em Stonehenge, indo de ônibus é preciso trocar de ônibus em Salisbury.  Aproveitei o pit stop prá conhecer essa medieval cidadezinha de interior. Muitas construções lindas entre um pub e outro. Tem também a catedral com a torre mais alta do Reino Unido e 365 janelas, uma pra cada dia do ano, a Salisbury Cathedral. Como me empolguei com o solzinho da primavera inglesa e fui de mini saia, fui barrada na entrada da igreja. Mas não foi só eu que se empolgou, muitos ingleses estavam deitados no gramado em volta da igreja tirando o bolor de muitos meses.

“Deus é um círculo cujo centro está em todos os lugares e cuja circunferência não está em lugar nenhum”

O que foi exatamente Stonehenge nem Deus sabe dizer, afinal foi construído a partir de 3100 aC. Estudos indicam que suas pedras, de até 45 toneladas e 5 metros, foram trazidas de 400 quilômetros de distancia e não me pergunte como.

  

Hoje, Stonehenge é Patrimônio da Humanidade da Unesco, é possível circular as pedras, mas não chegar perto e só até as 18h, uma pena porque o por do sol ali renderia um ótimo cenário para as fotos. Somente um dia do ano é possível chegar perto do monumento, no dia do solstício de verão.

Foi construído para rituais religiosos, o lugar de cada pedra tem relação com os movimentos do sol e da lua. Sagrado ou profano, passado e presente, racional e espiritual, altar de batismo ou cemitério celta… tudo pode se relacionar com os mistérios de Stonehenge, que como seu formato em círculo, não se explica o começo nem seu fim. Stonehenge é mais que um monumento, é um mito, é místico, é história e é lenda. Hoje, como um círculo, une pessoas do mundo inteiro questionando seus mistérios, uma unidade da humanidade!

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122705&sc=photos

Dia 274 – Bournemouth

26 set

Um mar de presente!

A 90 minutos de trem ou 1 hora e pouco de ônibus se chega a Bournemouth, eu preferi ver a estrada da janelinha do ônibus por ser a opção que me poupava alguns pounds. Até então eu não sabia da existência desse pedaço de terra junto ao mar e até hoje não sei pronunciar direito seu  nome, descobri graças ao Nailton, um amigo brazuca que escolheu morar no litoral sul da Inglaterra. Dia do meu aniversário, nada melhor que me dar de presente um dia com um amigo, de tomar a cerveja inglesa em companhia e com muitos brindes, de caminhar olhando o mar, uma conferência telefônica com duas amigas muito queridas, vários emails, skype com a família, de ter uma feijoada com amigos dos meus amigos e ainda um bolo surpresa e uma noite num quarto de hotel depois de tantos meses compartilhando hostels, trens e quartos! Parabéns prá mim! Dia com poucas fotos mas muitas emoções e uma canção que transformei em minha oração…

Canção do exílio

“Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá; as aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas tem mais flores, nossos bosques tem mais vida, nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, mais prazer eu encontro lá, minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá… Não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá, sem que disfrute os primores que não encontro por cá, sem que ainda aviste as palmeiras, onde canta o sabiá.” (Gonçalves Dias)

Brindando ao horror!

Entre os 11 quilometros de orla de Bournemouth está enterrada Mary Shelley, a escritora do monstro emo do romance gótico Frankenstein, ela que nunca tenha vivido na cidade escolheu aqui prá ser enterrada. Em frente a igreja onde está o corpo de Mary está também o pub com seu nome, como estou em terras inglesas, fiz como os ingleses, e escolhi prestigiar o pub. Mary escreveu a história do monstro de franja aos 19 anos. Eu, celebrando meus 37, brindei meu aniver.

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122626&sc=photos

Dia 273 – Londres

26 set

Turistódromo

Comecei o dia pela National Gallery, uma das maiores galerias de arte do mundo, com obras de Michelangelo, Da Vinci, Monet, Rembrandt, Van Gogh, Rafael e…? Entrada gratuita! Ao lado fica a National Portrait Gallery, como o nome diz, é exclusivamente de retratos.  Prá fechar o roteiro cultural fui ao Museu de Londres, que conta historia da cidade, dos tempos romanos até os dias atuais. E cultura é o que Londres tem muito a ensinar: Virginia Woolf, Daniel Dafoe de Robinson Crusoé, Charles Dickens, Agatha Christie, Lewis Carroll de Alice no País das Maravilhas, J.R.R. de O Senhor dos Anéis, Helen Fielding de Bridget Jones e J.K. Rowling do bruxinho Harry Potter.

Ser ou não ser eis a questão

Entre todos os escritores ingleses, um que merece um parágrafo exclusivo é o inglês mais encenado do planeta: William Shakespeare.  Com suas obras sobre a complexidade do ser humano, entre todas as questões de ser ou não ser uma delas era se era ele mesmo que escrevia os textos atribuídos a eles. Sem provas, ficou imortalizado como o maior nome do drama de todos os tempos.

Som na caixa

E colocando a Inglaterra nos fones no ouvido podemos escutar: The Who, Dire Straits, Sex Pistols, The Clash, Elton John, Eurythmics, Boy George, Genesis, Tears for Fears, Oasis, Simply Red, Fatboy Slim, Radiohead, Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Led Zeppelin, Police, David Bowie e a já saudosa Amy Winehouse. O cinema vai de Chaplin a Hitchcock.

O olho de Londres

A London Eye já foi a maior roda gigante do mundo (atualmente é uma chinesa que tá no topo). E é realmente grande, comporta até 800 pessoas, uma volta pode durar meia hora e lá de cima dá prá ver a cidade num raio de 50km. Não foi dessa vez que paguei prá ver.

Londres vale quantos dias você puder ficar… 5, 10, 30 ou uma vida inteira, a regra é não se cansar e descobrir cada canto que merece seu olhar, afinal como escreveu o poeta Samuel Johnson “Quem está cansado de Londres está cansado da vida pois em Londres se encontra tudo o que a vida pode oferecer”

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122515&sc=photos

Dia 272 – Londres

16 ago

“Prefiro a paz mais injusta à mais justa das guerras.” (Cícero)

Londres tem inúmeros museus bacanas e muitos são gratuitos! Para o ultimo dia do trio junto, elegemos três museus prá conhecer e como primeiro o Imperial War Museum ou Museu da Guerra, nos distraímos entre tanques, armas, aviões de combate e uma incrível exposição sobre a I e a II Guerra, o Holocausto, guerra química, biológica, nuclear…

  

Nenhuma das guerras vale a pena, mas o museu é imperdível como lição mesmo que o assunto não agrade. Os outros dois museus do dia entraram nas nossas pendências. Prá quem tiver mais tempo em Londres e curte museus, ouvi e li ótimas referencias do Museu de Historia Natural, do de Ciências, de Design, do Churchill Museum, do Freud Museum, onde o pai da psicanálise morou e do Universo de Dali com mais de 500 obras daquele surrealista que me fez passar mal na sua casa em Figueres-Espanha.

Um lugar chamado Notting Hill

De volta à paz me despedi do Gus e do Digs na porta de um Mc Donald’s na Oxford Street, o calçadão comercial de Londres e fui encontrar o Alex, meu mais novo guia local, meio francês-meio inglês, que me mostrou o Hyde Park, que fica perto da nossa próxima parada: Notting Hill, o único detalhe é que o parque é enorme.

Cenário de cinema

Achava que a Portobello Road fosse só cenário do meu filme queridinho, mas é muito mais que é isso. Senti-me a própria Julia Roberts indo ao encontro do Hugh Grant passeando pelas ruas tranqüilas do bairro, com casinhas charmosas e coloridas, lojinhas de antiguidades ao lado de lojas moderninhas, parece que eu tava muito longe da capital inglesa, num cenário de cinema mesmo. Com a feira de antiguidades e muitos artistas de rua enchendo mais ainda de vida, é um bairro descolado e tranqüilo ao mesmo tempo, Gil e Caetano moraram por ali. A livraria que inspirou está no meio do caminho prá quem quiser reviver um romance, só faltou o Will entrar em cena!

Brasilwater

Perto de Notting Hill fica um dos bairros dominado por brasileiros em Londres, o Bayswater que chegou a ser apelidado de Brasilwater. Sim, brasileiro é como praga aqui, em Londres há muitos mil, vi revistas em português, restaurantes brasileiros. Há todo tipo de brasileiros sim, não vale discriminar os conterrâneos, mas pra quem quer realmente aprender inglês e conhecer a cultura, deve fazer o que eu falo e não o que eu faço e fugir os brazucas.

Serviço completo

Como meu contrato com meu guia incluía serviço completo, à noite nos encontramos na Pidadilly Circus, passeamos por Chinatown, o reduto chinês no meio de Londres, pra comer barato e sem pensar em higiene, passamos pelo burburinho de West End, a Broadway londrina, e terminamos, ops, começamos a noite num bar de salsa.

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122442&sc=photos

Dia 271 – Londres

15 ago

Elementar meu caro Watson

Pegamos o metrô ou underground, ou pra quem já tá familiarizado, simplesmente Tube, o mais antigo sistema de metrô do mundo e desembarcamos na Baker Street, um dos endereços literários mais famosos do mundo, o do detetivo Sherlock Holmes. No Brasil o endereço ficou conhecido pelo livro de Jô Soares, O Xangô de Baker Street.

Estááááátua!

Puxar a orelha de Van Gogh, ser fotografada ao lado da rainha, descabelar Einstein e ser pedida em casamento por George Clooney?

               

E tudo nisso num mesmo dia? Sim! Tudo é possível no museu de cera mais famoso do mundo, (aliás, há outro além do famoso Madame Tussaud?) Sei que há filiais em outros países, resisti aos que eu passei em frente em Berlim, Amsterdam, Las Vegas e New York, mas me rendi a matriz de Londres que é caro sim, mas que vale cada pound pago ainda mais pra quem comprar no site e conseguir desconto e prá quem for com amigos divertidos prá fazer render divertidas poses e excelentes cliques.

Atravesse na Faixa

Em Londres também há muitos lugares com referencia ao quarteto de Liverpool: no centro há a gravadora onde foi produzida Hey Jude, o teatro da Beatlemania, o prédio onde o grupo tocou Let it Be no telhado, a galeria onde John encontrou Yoko, etc etc, mas o mais famoso de todos os pontos é sem duvida a faixa de pedestres em frente ao estúdio na Abbey Road e que virou capa de disco. Não perdemos a chance de tirar nossa foto também na faixa, o curioso é que fica numa rua normal, com movimento de carros, que param prá cada fã prestes a pagar o mico.

Entre meridianos

Pra quem faltou na aula de geografia, o Meridiano de Greenwich passa aqui pertinho, em Greenwich, nos arredores de Londres, é aquela linha que corta o globo na vertical e que divide a Terra em ocidente e oriente. Serve pra calcular distancias, estabelecer fusos e acertar nossos relógios, afinal chegamos atrasados e não deu tempo de conhecer o Observatório e tirar a tradicional foto dos meus pezinhos, desta vez com um pé em cada hemisfério. Paciência, pudemos ver um final de tarde com um panorama de Londres, acertarmos os ponteiros e decidimos que era hora de… tomar uma cerveja!

  

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122344&sc=photos

Dia 270 – Londres

15 ago

Troquem a Guarda!

Já com o Gustavo e Diogo na área nos apressamos pra chegar ao Palácio de Buckingham, a residência oficial da rainha, e onde às 11h30 acontece a famosa troca da Guarda. Apesar de a pontualidade ser britânica, os minutos começaram a passar e nada. Mais um pouco e nada. Embora muitos turistas se acotovelassem nas grades, nenhum aviso foi dado e a troca não aconteceu! Tentamos no dia seguinte e nada, na terceira tentativa tinha pelo menos um cartaz avisando que a troca não aconteceria. Ponto negativo dona Rainha e troque de vez a guarda, essa não tá com nada!

Nada de fog!

Um dia aprendemos que o clima da Inglaterra é o temperado oceânico, tudo bem, eu nem me lembrava mais disso, mas sempre escutava falar dos dias nublados e do típico fog londrino. Fomos surpreendidos com dias bem quentinhos e isso no comecinho de abril! Aproveitamos o dia lindo prá passear pelo parque em frente o palácio, tirar as tradicionais fotos do Big Ben, caminhar pelas margens do Rio Tâmisa, um dos rios urbanos mais limpos do mundo, mas que já foi muuuuito poluído.

Quem puder e agüentar, deve caminhar como nós, desde a Ponte de Westminster até a London Bridge, passando pela Trafalgar Square, a praça da Sé inglesa, cheia de pombos e onde está a coluna de Nelson em homenagem ao Almirante Nelson, um militar importante na batalha de Trafalgar (uma batalha naval mais séria que aquela do Programa do Bozo, entre França e Inglaterra). A Picadilly Circus tá ali perto e será reconhida pela confusão de gente e de luz do painel luminoso enorme.

Preço nada ortodoxo

Passamos também pela St Paul’s Cathedral, a igreja onde foi o funeral de Churchill e o casamento de Charles e Diana, e tem a segunda maior cúpula do mundo (só perde prá São Pedro no Vaticano), já estava fechada nesse dia, na minha segunda tentativa de conhecer por dentro descobri que o preço da entrada não era muito cristão e desisti. Tiramos as fotos em mais um cartão postal londrino, a Tower of London, que já foi castelo, fortaleza, presídio e hoje é só uma atração turística, voltamos pelo Convent Garden, um galpão que abrigava um mercado de verdura e hoje, remodelado, tem bares e tá cheio de shows e gente bacana nos arredores. Ufa, cansamos! Hora de ir voltar pro albergue, tomar um banhão e sair prá uma balada de 5 andares e como lembra o Gustavo, a cerveja mais cara do mundo! Valeu o investimento!

  

Fotos em: https://skydrive.live.com/?cid=3924b9c3726c9d09&sc=photos#cid=3924B9C3726C9D09&id=3924B9C3726C9D09%2122242&sc=photos