Dia 169 – Siena

Sob o sol da Toscana

Quem leu uns dias atras já conhece o Remo, da mitologia grega sobre a fundacao de Roma. Por aqui diz a lenda que Siena foi fundada por Senio, o filho de Remo. Depois Siena teve muita influencia na cultura, arte e politica. Hoje, tem uma das mais prestigiadas universidades de direito e medicina da Italia (fundada em 1203!!!), sedia a corrida do Palio e é minha queridinha. Nao conseguimos fazer o tour as vinicolas, entao aproveitamos um pouco mais do solzinho na Praça del Campo.

Vizinhas e Rivais

Siena e Florença ja foram rivais em tempos medievais por causa da disputa entre os Guibelinos de Siena e os Guelfos de Florença, eu nao sei nada a respeito mas pra quem se atreve o tema foi abordado no livro a Divina Comedia de Dante (eu ultimamente to mais na leitura mamao-com-acucar).

O famoso e grande Palio, a emotiva corrida de cavalos tradicional da cidade, acontece na praça que tem forma de meia lua duas vezes ao ano, 2 de Julho e 16 de Agosto, com 10 cavalos e cavaleiros, representando os bairros da cidade, os contrades.

Sob o som da Toscana

Uma forma de poder e competicao na Toscana era a construcao das numerosas e suntuosas torres. Quem passou comigo em setembro por Gimignano lembra da cidade que chegou a ter mais de 70 torres. As batidas das horas pelos sinos das torres demonstravam a importancia do dono. A Torre del Mangia de Siena (ao lado do Palazzo Pubblico) ou ‘Torre que Come’ eh chamada assim devido a Giovanni di Balduccio, famoso pelos prazeres da comida e… por gastar muito em comes e bebes.

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20169%20-%20Siena

Dia 168 – Pisa

Inclinado a ir a Pisa?

Para nós e acho que prá maioria dos turistas, Pisa é um pit stop prá tirar a tradicional foto segurando a torre, mas vale dar uma boa admirada (e se tiver tempo… uma caminhada) as margens do Rio Arno com seus casaroes antigos e curtir um pouquinho mais a cidade de Galileu Galilei.

Faça o que eu falo nao faça o que eu faço

Embora eu ache que vale a pena o passeio pela cidade toda, o nosso foi direto ao Campo dei Miracoli, com a catedral, o batistério e a torre que pode decepcionar os desavisados que esperam algo bem maior.

Cai nao cai?

A torre, projetada prá abrigar o sino da catedral, começou a entortar logo no inicio da construçao. Em 2008 parou de inclinar depois de 800 anos de ‘vida torta’. Tentaram remediar construindo andares mais altos de um lado, mas só afundou a estrutura ainda mais. A inclinaçao atualmente chega a cinco metros e na duvida… nao subimos.

See Siena!

Enquanto metade dos brasileiros adotam a Italia no coracao, a outra metade volta frustrada do país fratello. O que posso dizer é que nenhuma das metades pode ter uma opiniao formada antes de conhecer Siena!

Quem é da torcida a favor (como eu) vai sonhar caminhando nas vielas, respirar o ar renascentista, renovar as esperanças nas janelas verdes e flutuar pelas ladeiras cantarolando Dio come ti amo!

Quem é do contra precisa entrar no clima e rever seus conceitos. Depois de uma bela pasta e vino com vista prá Piazza del Campo, dormir num belo casarao-pensao com cheiro de outono no ar e o todo se surpreender com tudo! See you, Si-ena!

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20168%20-%20Pisa%20%5E0%20Siena

Dia 167 – Roma

Todos os caminhos e moedas levam a Roma?

Já que todos os caminhos levam a Roma nao custa jogar mais uma moedinha na Fontana de Trevi pra garantir a volta e aproveitar mais um dia circulando pela Via del Corso, tomar um gelatto, chegar ao Pantheon, mais um gelatto, circular o monumento colossal, o Anfiteatro Flavio ou… Coliseu! Pela segunda vez em Roma optei por nao entrar nas ruinas da construcao que sediou tantos jogos crueis, combates entre gladiadores, leoes devorando humanos, martirio de cristaos… ironia do destino e do tempo e o monumento foi destruido pela furia de varios terremotos e pelo homem que dali sucumbiu material pra outras obras.

A moedinha fazendo efeito eu volto a Roma e preparada psicologicamente pra conhecer o Coliseu. Por enquanto me satisfaço com a versao com Russel Crowe em O Gladiador afinal “o que fazemos na vida, ecoa na eternidade”.

Passamos pela Boca della Veritá, que segundo a lenda mordia a mao de quem nao praticava a verdade, maos intactas, pés  cansados, fé renovada depois de tantas igrejas, nos despedimos de Roma.

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/self.aspx/Dia%20167%20-%20Roma/167%5E_Data%2011%2011%2010%20Roma%20008.JPG

Dia 166 – Roma

Pecado é resistir!

Já que todos os caminhos levam a Roma hoje foi dia de dar buongiorno a capital da Italia, de rasgar o embromazzione da lingua de Dante, de muito gelatto, mas nao cabe a essa simples mortal que vos escreve dar o sopro da historia que esta por toda parte de Roma: berço da civilizaçao, capital da Italia, organizaçao do império, arquitetura triunfal, centro do mundo! Mais prá frente estarei de volta e após terminar um livro inteirinho da cidade eterna conto mais e reviveremos as aulas de historia, geografia, religiao que estao guardadas por aqui.

Diz a lenda…

Diz a lenda que Roma foi fundada por Romulo e Remo, dois irmaos criados  por uma loba. Remo acabou assassinado pelo irmao Romulo e entao Roma foi governada por nada mais nada menos que??? O Rei de Roma! Aquele mesmo que o rato comeu a roupa!

Ir em Roma e nao ver o papa?

Quarta-feira, dia da audiência papal semanal, muitos jogaram um balde de água fria e nada benta dizendo que o papa estava na Espanha e neca de audiência, mas quem tem fé vai ao Vaticano, desce coincidentemente na Piazza San Pietro na hora da audiência, dá uma corridinha e chega a tempo de ver o Papa-Bento-XVI-nada-pop no altar. Amém!

Duelo de gigantes

Acabei de ler (enfim!) o Codigo da Vinci e na sequencia e na ansia li um livrinho didatico sobre Da Vinci e lá soube que Leonardo e Michelangelo nao se davam lá muito bem, o livro era sobre Leo, mas só prá provocá-lo vou escrever sobre Michelangelo. Os dois se conheceram em Roma, disputaram o título de maior artista da época e Michel-nada-angel acabou sendo incubido da tao conhecida obra de arte na Capela Sistina, de dar dor no pescoço e lágrima nos olhos de quem fica abestalhado observando aquele teto fenomenal. Meticuloso que só… demorou 4 anos na obra, principalmente nos detalhes dos nus masculinos, o que reforça que era homossexual, inclusive seu lado poeta e sensível deixou mais de 300 poemas, muitos com uma carga ‘homoerotica’. Das suas esculturas mais celebres e que dispensam comentários sao: Pietá (no Vaticano) e salve-salve-tao-perfeito Davi (Florença).

Canhoto, lembrado pela arrogância, solidao e melancolia… dizem que nao era fa de banhos, mas a premisa é nao falar mal de quem nao está aqui prá se defender! Vai ver que era intriga da oposiçao, no caso… Leonardo.

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20166%20-%20Roma

Dia 165 – Roma

Mangia que te fa bene!

Pegamos o onibus de volta a Roma, pra vivenciar o famoso mal humor do italiano, no caso o gerente do hostel que praticamente nos expulsou do estabelecimento falando com as maos, mas que nao foi suficiente pra acabar com nossa noite na capital. 

Procuramos outra hospedagem, dessa vez, de padrao internacional e nao italiano, nos instalamos e com muito apetite fomos em busca do Fettuccine do Alfredo e esqueça tudo que ja possa ter escutado sobre os ingredientes ou saboreado em alguma franquia de comida italiana de praça de alimentaçao do shopping. Na receita original de ninguem menos que o Alfredo, nao tem nada de creme de leite, presunto… apenas manteiga e queijo parmesao, tudo preparado na sua frente, na propria mesa!

Mesmo com água na boca e segurando pra nao babar no teclado vou aproveitar pra contar a historia do prato: em 1914, ou seja, antes do propaganda do Neve, o Alfredo viu sua esposa apos ter bebe e sem apetite ir ficando cada vez mais debilitada. Preocupado, o chef resolveu criar algo simples,  com “sustança” e energia pra mulher. O prato caiu literalmente na boca do povo e principalmente do

povo famoso! Achei o restaurante meio decaído, nada que lembre o auge de La Dolce Vitta e um pouco brega, com as fotos dos ilustres frequenta-dores que já passaram por ali: Pelé, JK, Busch-Pai, Ringo Star… Tudo bem, tô falando que é brega porque minha fotinha nao foi prá parede!

Me parece que há uma franquia do Alfredo em Salvador da Bahia, daria uma energia boa pros circuitos de Dodô e Osmar.

A Feiticeira contra o feitiço

Dizem que o prato criado pelo marido prá recuperar a mulher, passou por transformaçoes feministas, se atualizou e foi rebatizado de “la pasta dei cornutti”, porque a mulher pode se entregar a outros prazeres durante o dia e receber o marido a mesa, limpinha e com o prato rapidamente preparado! Agora é só chamar o Alfredo e Mangia que te fa bene!

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20165%20-%20Roma

Dia 164 – Chieti

Depois de mais um dia de muita pasta e vinho na area que foi filmado o The American com George Clooney, demos um pulo em Chieti, que faz fronteira com Bucchianico e Pescara (a mais pop da regiao), tarde no shopping, mais comida e preparativos pra voltar a Roma!

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20164%20-%20Chieti

Dia 163 – Bucchianico

Tá na bota!

Quem pensa que Bucchianico nao consta no mapa tá muito enganado! Fica perto de Chieti que na bota fica do lado oposto a Roma, a duas horinhas e pouco de viagem, na direçao da batata da perna, na regiao de Abbruzzo e aqui muita gente ja se localizou por causa dos rotulos dos vinhos da regiao.

Santa referencia!

Alem do vinho, mais uma santa referencia da regiao é que na pequena cidade nasceu Sao Camilo de Lelis, que aos doze anos era adepto de jogos e com a perda da mae acabou se perdendo tambem no vicio. Se nao bastasse Camilo, comecou a sofrer de uma ferida na perna que acabou sendo a chaga que o converteu. Muito jogo, fome, perda e desespero rolou durante sua vida, inclusive a misteriosa ferida o acompanhou durante 40 anos e o conduziu ao caminho da santidade, sendo invocado como o santo dos doentes.

No centrinho de Bucchianico, na casa onde nasceu Sao Camilo, foi construida sua igreja e nos coracoes de muitos de nos estao as feridas que podem estar la pra nos conduzir a melhores caminhos.

Da-lhe Porchetta!

Seguindo a caminhada dominical, no movimento da praca por causa do evento semanal, a missa, paramos na barraca do Anthony pra experimentar uma Porchetta, (nao era qualquer porco, mas o pernil, a linguica e afins do Anthony). Revivi a familia que ja esteve na extensao do meu nome, recordei os campos, olivas, montanhas, pastas e pessoas que eu tinha conhecido ha uns doze anos atras. La vita eh bella!

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20163%20-%20Bucchianico

Dia 162 – Roma

Um parantesis

(Sei que to bem atrasada com meus posts, tinha parado de viajar nas palavras, mas as viagens que fiz nos ultimos meses merecem umas letrinhas nem que sejam apenas interjeicoes de surpresa! Apertem os cintos, nao reclinem os bancos ja que vamos de companhia aerea barata, prendam a respiracao e soltem os Ohhhssss!, Ahhhhss! e Ula-laa…. Roma, Paris, Edinburgo e Dublin com escala no Brasil!)

Quem tem boca e companhia area barata voa de Dublin a Roma!

Se a Africa foi o berço da humanidade e a Asia o lar da sua juventude, a Europa é onde a humanidade atinge sua maturidade! Assim, como na rima de um poema lá vou eu em busca da minha maturidade e, ha melhor lugar pra se falar em maturidade, humanidade, autoridade, finalidade, sobriedade… que em Roma?

Uma noite mal dormida num hostel meia boca, um dia de espera pela Cintia no aeroporto, mais algumas horas de espera pela mala da Cintia (me entendam aqui, a mala que pertence a Cintia), um trem, um onibus e fim do dia em Roma, mas… gladiadora que sou… loguinho eu volto!

Dia 115 – Veneza & Berlim

Gran Finale

Depois dessa rapida passada pela Italia (Genova, Cinqueterre, Milao, Verona, Monza, Monarello, Como, Florenca e Veneza) encerro por enquanto meus dias de ragazza. Como Veneza ja foi o ponto de partida para as exploracoes de Marco Polo, hoje tambem parto daqui pra explorar mais um pais… Alemanha, mas com a certeza que deixo a Italia, mas a Italia vai ser dificil de me deixar. Sei que os italianos sao grosseiros, escandalosos, pegajosos… mas continuo achando que sao tutti bonna genti! Arrivederci Italia!

Prost Berlim!

Chegamos em Berlim no final da tarde, cansados do voo mas descansados pras umas rodadas de cerveja ja que o pais esta no clima de Oktoberfest, demos uma abrasileirada na noite do hostel misturando canecos de Paulaner de um litro com caipirinha. Ja to entrando no ritmo de despedida com os mochileiros, a querida Ana ja se despediu em Veneza, e por isso to aproveitando cada minuto, mesmo que seja so pra brincar de cabaninha.

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20115%20-%20Veneza%20%5E0%20Berlim

Dia 114 – Veneza

Per amore

A cidade que ja foi cenario de novela das oito e de tantos filmes romanticos tem sua razao de ser, Veneza eh uma cidade per amore, per amare… Sua grande avenida eh o Gran Canale, e no meio da cidade um emaranhado de vielas, ruelas sem saidas, pontes e pequenos canais, se perder em Veneza eh so uma questao de tempo, entao nada melhor que seja acompanhado (nao foi o meu caso dessa vez!)

Chove chuva

Ate debaixo de chuva e ate depois da bronquinha que levamos pela bagunca de ontem no hotel Veneza eh imperdivel. Aproveitei pra entrar na Basilica de San Marco que foi construida pra guardar o corpo do santo e sim, o do evangelho, e pra subir no Campanario, uma torre onde eh possivel admirar a cidade do alto e dar uma paradinha no meio da Ponte do Suspiro, o nome parece romantico ate saber que era essa a ponte que conectava o palacio a prisao, entao era a ultima visao de liberdade dos prisioneiros a caminho da morte.

Escorregadinhas

Dei uma ou outra escorregadinha em Veneza e Florenca… por ter enfim encontrado o grupo de brasileiros, por ter liberado a ansiedade, por ter companhia pra beber umas a mais, por ter dado um salto e quase imobilizado meu mais novo amigo Lipton, por ter o ombro do Douglair pra desabafar e agora sem ser virtualmente, por ter perdido a nocao do tempo e tambem de espaco e ter dado uma escorregada literal e caido num canalzinho de Veneza. Sim, eu paguei esse mico, cai feito jaca na beira do canal, disfarcei, levantei e com o tenis e a calca encharcada ate o joelho fui me perdendo pro hotel, sem falar que os canais tem seu charme mas sao sujos… nada que um bom banho e mais uns copos de vinhos nao resolvesse.

Fotos em: http://cid-3924b9c3726c9d09.photos.live.com/browse.aspx/Dia%20114%20-%20Veneza